À primeira lida, a afirmação que dá título a esse texto é aceitável, mesmo que não seja devidamente compreendida. Se assim fosse, líderes escolheriam sempre o modelo de liderança gerador dos melhores resultados e não é o que acontece na prática.
Existe um modelo de liderança muito afável, delega com facilidade, acredita que as pessoas são maduras para assumir responsabilidades e fazer o que precisa ser feito. Conhecida como liderança laissez faire – deixar acontecer -, o modelo falha no excesso de otimismo e confiança. É bem possível que o líder esteja mais preocupado em ser bem aceito pela equipe e acredita, de fato, que uma vez agradável a todos, os resultados virão por consequência. “Trate bem as pessoas e elas produzirão resultados”, eis a sua crença.
Pode parecer, então, uma empresa com alma em que reina a paz e a harmonia e na qual se pratica uma gestão humanizada. O que de fato existe, porém, quando se levanta o tapete, é a permissividade e a negligência correndo soltas. Por essa razão, nesse ambiente são produzidos os piores e parcos resultados.
Se a busca é por resultados melhores, existe um modelo mais eficiente. É aquele em que o chefe planeja, controla e avalia. Se der tempo, também executa. Poucos têm o fôlego e a disposição dele. Adota uma gestão centralizada em que não existem dúvidas sobre quem manda. Os funcionários são tarefeiros a cumprir ordens e o fazem mais por obediência e juízo do que por vontade própria. As metas definidas por ele são claras e as cobranças, diárias. Não há espaço para desculpas diante da prepotência do líder, implacável com os erros. E, mesmo a muque, os resultados acontecem.
Nem negligente nem prepotente: o terceiro modelo é o da liderança exigente. Ela não cede espaço para a permissividade e a negligência, mas abre para a iniciativa, a tentativa e o erro. Não delarga, como no primeiro modelo, mas delega quando o colaborador está pronto. Embora não seja implacável, é bastante rigorosa com os resultados. É muitas vezes confundida com uma empresa sem alma ou uma gestão não-humanizada e, por isso, sem que se dê conta, resvala para o primeiro modelo.
Gestão humanizada, portanto, não é aquela que afrouxa, mas lança desafios para que a equipe cresça em competências, na mesma medida em que crescem os resultados.
Quando pensar em gestão humanizada, imagine uma empresa de corpo, mente e alma e no equilíbrio dessa tríade. E seja exigente para que tanto o negócio, a empresa e as pessoas se desenvolvam concomitantemente.
Experimente e constate a diferença!