Líderes são rápidos na avaliação e lentos na valorização. Digo de modo geral e por constatação. Uma pena: avaliação amedronta; valorização encoraja. Qual dos grupos é mais propenso a realizações?
Valorizar uma pessoa significa reconhecer a nobreza que ela tem. Considere o valor como um tesouro, uma riqueza, uma joia. Reconhecê-lo, dando-lhe nome, é uma maneira de mostrar que você enxerga a nobreza da pessoa. E que, no conjunto de seus valores, ela não se compara a nenhuma outra.
Valores são atributos humanos conhecidos como virtudes. A palavra latina para valor (virtus) significa, entre outras coisas, fonte de força. Não se trata, portanto, apenas de palavras positivas que devemos perseguir, mas sobretudo fontes que tanto dão força, como também nutrem e encorajam.
Fomos mal-acostumados, pela economia normal, a valorizar a pessoa pelo que produz, consome, o quanto é útil ou enquanto não falha. Retiramos dela toda a honradez que possui como ser humano.
Esse ano, introduzimos o código de nobreza nos programas de educação da Metanoia e nos projetos do Instituto Economia ao Natural. O propósito, como está explícito, é enobrecer o ser humano, colocando a economia das gentes para além da economia das coisas, como reza a economia ao natural.
A partir do conhecimento e reconhecimento dos valores, tanto de uma pessoa como de uma comunidade, poderão construir seu código de nobreza. Tal como a gratidão, a nobreza começa a aparecer quando os valores são expressos pela fala ou por escrito. Se não os manifestarmos, eles permanecerão no limbo e lá não terão força nenhuma. Mas quando os expressamos com palavras, olhares, gestos e atos, algo está sendo produzido: um habitat, onde as gentes têm prazer e vontade de viver.
O ciclo virtuoso da nobreza se dá da seguinte maneira: o valor é reconhecido – a autoestima se intensifica -, a pessoa identifica a sua natureza essencial – desenvolve a autoconfiança -, abre-se aos próprios talentos -, descobre que tem o que oferecer – sabe que pode contribuir e assumir responsabilidades.
Por isso a elaboração do código é feita geralmente em grupos e com interação entre as pessoas, produzindo um efeito benéfico em todos os que participam do processo.
Sem medo de errar e tomando como base a experiência de 25 anos conduzindo líderes e obras, posso dizer que os valores são o ápice de uma gestão humanizada. O código de nobreza é o método que faz com que esse feito se dê com simplicidade, sem perder de vista os fundamentos.
A gestão humanizada é poderosa quando humaniza comunidades de trabalho, mas é ainda mais poderosa quando diviniza a humanidade.
Algo que precisamos implementar urgentemente! Ousem e constatem!