É muito triste ser descartável. Basta citar dois exemplos para constatar essa verdade. Aquele emprego que, depois de exercê-lo por tantos anos, ao sair é como se você nem tivesse passado por lá. Aquela empresa que, ao ser extinta, é como se nunca tivesse existido.
Só de pensar o tempo de vida consumido, aquele montão de afazeres diários, o corre-corre sem fim, a vida cheia de atropelos consumida na pressa e na compressão. Tudo isso para dar em nada, sem deixar ao menos um fiapo de saudade? Quantas outras coisas poderiam ter sido feitas naquele mesmo tempo ou quanto de vida poderia ter sido vivida mais intensamente? Tantas preocupações, atritos, conflitos, por nada. Quem se lembra deles agora?
Empregos são descritos por cargos e funções similares em quase todas as empresas. Empresas, por sua vez, são definidas por seus ramos de atividade, também similares, principalmente no mesmo setor. Ambos são intercambiáveis, ou seja, substituídos com facilidade pelo empregador – no caso dos empregos – e pelos clientes – no caso das empresas. Essa é a sina do emprego descartável ou da empresa irrelevante. Serem esquecidos, porque não se fizeram únicos e especiais.
Acontece que ninguém é único pelo que faz, mas pelo que é. E aí está a grande diferença.
Todos conhecemos pessoas que, exercendo o mesmo cargo que outras, imprimem a sua própria marca por onde passam. É como se fossem instituídas de um código de nobreza que as tornam especiais e únicas. Tanto o emprego como o cargo podem ser descartáveis, mas a pessoa nobre, mais que necessária, é imprescindível.
Todos conhecemos empresas que, mesmo atendendo o mesmo conjunto de necessidades de seus clientes, o fazem de uma maneira diferente. É como se fossem também instituídas de um código de nobreza que as tornam especiais e únicas. Muitas empresas e produtos podem ser descartáveis, mas a empresa nobre, mais que necessária, é imprescindível. Se deixasse de existir, faria muita falta.
O código de nobreza é um alinhamento entre a honradez (ser quem se é) com a elegância (a expressão de ser quem se é). O lado da honradez, sustentado pela inteligência espiritual; o da elegância, pela inteligência relacional. Ambas em perfeita sincronia.
Honradez e elegância formam uma combinação infalível para quem deseja ser único e especial. Geram uma frequência virtuosa que, embora não visível, é percebida pelo entorno, além de deixar saudosas pegadas por onde passam.
Assuma a combinação infalível e colha os louros. Merecidamente.
Que texto!!! que reflexão! Obrigada.
Que bom saber que vamos enobrecer tantas vidas e obras esse ano, Roberto. Que nobre missão!