Lancei à plateia de mais de mil pessoas e que abarrotou o belo Teatro de Barueri no dia 03 de abril a seguinte pergunta:
– Em um mundo no qual as máquinas se tornam superinteligentes para realizar qualquer tarefa superespecializada, da internet das coisas à robótica, como o Chat GPT e a Inteligência Artificial (IA), para que servem os seres humanos?
As revoluções industrial e informacional conduziram a economia das coisas ao seu auge. Produtos são elaborados com alto padrão de qualidade. Tanto o capital intelectual como o tecnológico cumpriram bem o que lhes cabe. O desenvolvimento econômico ultrapassou o desafio da sobrevivência para boa parte da população. Agora as crises são de outra ordem. Vivemos a crise relacional, provocada pela ausência de conexão autêntica; a crise espiritual, dada a ausência de significado; a crise de desejo, devido à ausência de propósito.
Enquanto examinava, do palco, os semblantes reflexivos, eu mesmo respondi à questão sugerida:
– Nós, seres humanos, servimos para ser mais humanos do que já fomos.
E reforcei:
– Mais humanos na forma de trabalhar, de se relacionar, de aprender, de compartilhar conhecimentos, de criar, de fazer negócios.
Então, depois das revoluções industrial e informacional, vem aí a revolução da vida como parte de uma nova economia: a economia ao natural.
Para além da economia das coisas, é a vez da economia das gentes, impulsionada pelo capital relacional.
Para além da economia de fora, trata-se da economia de dentro, ativada pelo capital espiritual.
O futuro está nas mãos de profissionais e ingressantes no mercado de trabalho cuja intenção é participar ativamente da revolução da vida.
O futuro está nas mãos dos líderes de empresas e negócios que compreendem que tanto as empresas como os negócios existem para servir à vida e, assim, criar as condições favoráveis para que isso aconteça a todos no seu entorno.
É, aliás, o que eu conto com mais detalhes no meu novo livro Pedaços de Brasil que dão certo, ilustrado com vinte histórias reais que servem de exemplos e inspiração para os leitores.
Bem-vinda a era da consciência!
Bem-vinda a revolução da vida!
Bem-vinda a economia ao natural!