Como apresento no livro Rico de Verdade, uma das quatro dimensões da riqueza é a potencial. Importantíssima, pois é a dimensão que trata das competências. E que será mais ou menos geradora de riquezas conforme a percepção dos líderes e o exercício da liderança.
O conjunto das competências visíveis é formado pelos conhecimentos, habilidades e comportamentos. São essas as que estão à superfície, portanto, mensuráveis, examináveis, averiguáveis e passíveis de avaliação. E aí existe um perigo! Justamente por isso tudo, chama demais a atenção e se torna uma prioridade nas práticas de lideranças, como as avaliações de desempenhos, os programas de treinamento e os testes de aptidões.
Todo líder deve saber, no entanto, que a dimensão potencial reduzida a esse pequeno conjunto de competências está limitada na sua capacidade de produzir riquezas. E ainda mais: centrar-se nessas competências é fixar-se apenas no que pode ser realizado ao invés de expandir as perspectivas para o que poderia ser realizado, ou seja, para uma nova possibilidade de geração de riquezas.
Conhecimentos, habilidades e comportamentos formam o conjunto máximo de competências que um líder pode conseguir quando recruta, seleciona, treina e avalia a mão de obra.
Gente de obra
Existe outro tipo de profissional dando sopa por aí. É o gente de obra. À primeira vista, é uma pessoa bem parecida com a tal mão de obra. Mas são incomparáveis.
Pense no conceito de competências como uma ilha. Aquele conjunto de competências citados mais acima é a parte visível que está sobre a água. Se pararmos por aí, perderemos o melhor: a parte submersa. É aí, nas profundezas, que se concentram as atitudes e a vontade de colocar em prática determinados valores. Está oculto todo um amplo conjunto de inteligências, talentos e dons.
Gente de obra traz consigo um universo muito mais amplo. Portanto, não perca mais tempo com a mão de obra. O máximo que você vai conseguir é repetir o que já vem atingindo, sem nenhum incremento nos resultados. Deixará passar, como areia fina entre os dedos, a riqueza possível.
Como disse, gente de obra está dando sopa por aí. É só olhar para os lados. Sim, aí mesmo… a sua empresa está cheia delas. Mas para que atuem como gente de obra, deixe de vê-las como mão de obra. Comece abolindo esse pobre termo de seu vocabulário. E depois pense nelas como sujeito, não objeto. Como sujeitos inacabados, são uma bela promessa de evolução e prosperidade. E surpreenda-se com a imensa e continuamente renovada capacidade que eles possuem de gerar riquezas. De verdade!
Roberto, no nosso dia-a-dia muito comum chamarmos e tratarmos apenas como mao. Sem ver o todo, perdemos o que ha de melhor nas pessoas.