Os nossos dois maiores inimigos não são os vírus da pandemia nem o da política, embora assim possa parecer. Continuam sendo a ignorância e a inconsciência, dada sua capacidade destrutiva.
Ignorância é ausência de conhecimento, o principal produto da ciência. Negar a ciência e dar ouvidos a charlatães é apostar na ignorância. É uma questão de inteligência ouvir quem entende ou tem algo a dizer com propriedade. Estamos conectados, recebemos informações de todas as partes, tanto de fontes confiáveis como de inescrupulosos urdidores de fake news. É questão de inteligência, portanto, concentrar-se em fontes confiáveis e, diante da pandemia, dar ouvidos ao que os cientistas têm para nos dizer.
Políticos entendem de política, economistas, de economia e infectologistas, de pandemias. São ciências diferentes. Cada macaco no seu galho. Não é hora de burrice.
A inconsciência é outro inimigo. Se o conhecimento é o antídoto para a ignorância, a consciência é o antídoto para a inconsciência. Entenda por consciência um estado de espírito elevado, em que a solidariedade se sobreponha ao ódio e o cuidado, à ganância. Valores virtuosos da vida devem estar sempre acima dos valores mesquinhos da existência.
No livro Os Sete Mercados Capitais apresento sete arquétipos humanos: o guerreiro, o jogador, o curioso, o perito, o artista, o solidário, o cultivador. Os dois primeiros fomentam o ódio e apostam na ganância. Se estamos metidos em um buraco, o problema é que eles nos incentivam a cavar mais fundo. Mesmo num cenário como esse, seguem bradando os bordões incorporados aos seus egos: “mais para mim”, “salve-se quem puder” e “cada um para si”. Viciados em extrair, não conseguem fazer outra coisa.
Por sorte existem arquétipos virtuosos. De um lado, o perito, que valoriza a ciência e o conhecimento. Do outro, o cultivador, que oferece cuidados. Entre eles encontram-se o artista e o solidário. Ambos abrem as janelas para que entrem as luzes da beleza e da bondade, diminuindo a escuridão e clareando caminhos.
Ainda que os dois primeiros promovam o breu, os outros quatro arquétipos salvarão o mundo.
Está na hora de decidir em qual lado da história queremos estar. A escolha individual pode fazer uma grande diferença na soma da escolha coletiva. Faça a sua. A hora é agora!
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