Abundância em meio ao caos

Nunca deram muito certo, mas pode jogá-los no lixo, dessa vez. Refiro-me aos planos: estratégico, orçamentário, financeiro, de marketing, de metas, de produção, de expansão e todos os outros. 

Não funcionam porque vivemos em crises. Só que, agora, não se trata mais de uma crise corriqueira. Estamos vivendo uma hecatombe. A diferença é que, nas crises, continuamos fazendo as mesmas coisas enquanto reclamamos. Na hecatombe, chega e reclamar – temos de fazer alguma coisa realmente inovadora. 

Para as crises, existe um vasto repertório de respostas e soluções. Crise financeira? Faça isso, faça aquilo. Crise de mercado? Faça isso, faça aquilo. Para as questões técnicas, antídotos afins. E o aparato criado pela ciência da administração costuma ajudar – muito ou mais ou menos.  

A hecatombe é desconhecida e boa parte do repertório de respostas e soluções pode ser jogada ao lixo junto com os planos.

Nada de pessimismo, porém! Existe um jeito de atravessar a hecatombe com algum êxito. Em geral, respostas criativas não vêm do topo da organização, mas das bases, principalmente daqueles que estão no front, próximos dos clientes, enxergando de perto suas necessidades e compreendendo seus problemas. 

Em tempos de hecatombe, a sorte estará ao lado das estruturas mais horizontalizadas, onde o poder é descentralizado, as equipes são multifuncionais e as pessoas trabalham com alto grau de liberdade e autonomia. Esse é o arranjo de trabalho apropriado, quando se necessita de respostas criativas e urgentes.

Empresas metanoicas têm essas características, e escuto seus líderes declarando o quanto se surpreendem com a capacidade, a energia, a criatividade e o empenho dos colaboradores. Outrora achavam que as pessoas estavam ali apenas por dinheiro e que não eram engajadas com o negócio. Hoje comprovam com alegria o alto grau de comprometimento e entrega de suas equipes, independentemente de qualquer recompensa. Valeu o investimento que fizeram na tomada de consciência e na expansão de competências.

É possível, sim, viver a abundância em meio ao caos! As ideias interessantes pululam e servem perfeitamente às áreas onde se manifestam. Podem, inclusive, inspirar outras, não como remédio milagroso, mas como fator instigante à busca do que será melhor a cada uma. O importante é que todas as áreas tenham autonomia para criar e implementar. Se depender de uma central de inovação, a coisa não rola e, se alguém quiser sistematizar o processo, as ideias não brotam, porque não surgem de padrões e controles.

O modelo inovador de trabalho é aceitável quando compreendemos a empresa como um organismo vivo, capaz de se reorganizar por meio da criatividade. Tudo o que precisa ser feito, em tempos de caos, é deixar que o organismo se reinvente e busque a nova ordem natural.

Pergunta procedente: diante de ideias que pipocam em todas as áreas, existe o risco da empresa dar tiros para todos os lados e se desconfigurar?

É justamente para evitar esse desvio que existe um propósito aceito e compreendido por todos e valores compartilhados. Propósitos e valores geram uma mente coletiva, que preserva a coerência do sistema enquanto permite a dinâmica criativa e a agilidade necessária para se readequar à nova realidade.

A ordem natural é, portanto, a melhor resposta para viver a abundância em meio ao caos. Tratemos de vive-la, com entusiasmo e justificada esperança!

Os Sete Mercados Capitais – A jornada para levar a sua empresa a atingir o estado de graça da Nova Economia, vai revelar a travessia para o mundo da abundância.


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