Assim é a vida. Feita de dramas e tramas. Dramas surgem de culpas, dúvidas, inquietações e medos. Tramas nascem de entrelaces, amorosidade e esperança.
Assim também é feita a canção. De dramas e tramas. Mais ainda a brasileira, tradução perfeita dos sentimentos de um povo, enriquecida pela poética de seus talentosos autores.
Assim, sobretudo, é a arte de Elifas Andreato que, como ninguém, sabe revelar os sentimentos do mundo em suas criações gráficas e plásticas, seja a partir do drama humano, com todas as suas mazelas, ou da trama humana, com toda a sua beleza.
Entre o espanto e o encanto, eu me deparei com a obra do Elifas, acrescentando mais vida às canções, de maneira a contribuir decisivamente para transformar nossa música no que existe de melhor na cultura brasileira.
Do território poético regado a versos e melodias, onde transita com desenvoltura, convidei-o para outro, onde trafego: o árido e ácido mundo dos negócios e das corporações. É um espaço onde o econômico prevalece sobre o humano, o tempo se transforma em dinheiro e as horas passam muito depressa, marcadas pelos ponteiros da competição e do imediatismo.
O desafio era o mesmo: traduzir, através da arte, os dramas e as tramas desse universo. Uma arte para ver e para ver-se. Enxergar, com olhos bem atentos, os dramas vividos e causados. Enxergar, com olhos mais esperançosos, as possibilidades de novas e promissoras tramas. Enxergar, sobretudo, a poesia onde aparentemente só havia aridez.
A arte tem o poder de falar muito sem usar palavras. Elifas sabe como ninguém se expressar como educador, por meio de sua obra. Que sorte a minha, de tê-lo a meu lado nas ilustrações de livros e no processo da Metanoia.
Uma vez ou outra, retornamos às canções, nosso universo comum, onde tudo se acalma, e podemos viver, alegremente, o tempo de deleite.