Tem gente que acha que vai sair caminhando por aí e, de repente, não mais que de repente, acabará tropeçando com o seu propósito. Não é assim, portanto melhor tirar o cavalinho da chuva, como bem poderia dizer, brincando, o Taful, um dos principais personagens de meu livro O Velho e o Menino.
Quem acredita nesse tipo de “acaso” tem mentalidade de destino. Jura de pés juntos que tudo já está traçado e sobre isso nada mais pode ser feito. É um jeito fatalista de pensar. Faz com que a pessoa caminhe a esmo, como a esmo caminha boa parte da população, despendendo tempo e energia com o que não precisa, ou pior ainda, com o que não serve ou não presta. E, enquanto aposta no destino, o propósito passa ao largo, restando ao determinista viver em uma espera sem fim. Talvez por isso os caixões de defunto sejam tão pesados. O moribundo vai dessa para outra levando consigo o propósito que não conseguiu colocar para fora durante a sua existência, exatamente por procurá-lo fora, enquanto dentro de si se encontrava.
Propósito é acessível a todos, essa é a boa notícia. E todos possuem no coração um lugar reservado para o propósito. É no coração que mora o desejo, aquele embrião a partir do qual o propósito vai se desenvolver. Mas, para isso, é preciso que haja uma intenção, que, por sua vez, implica uma busca.
É bom compreender que o arcabouço já está instalado. Nesse sentido, não existem afortunados e desafortunados. Ainda assim o propósito só vai se apresentar para aqueles que o buscam. Embora possua os recursos, quem tem mentalidade de destino não vai acessá-lo, pois só está disponível para quem tem mentalidade de desígnio, ou seja, para quem está prevenido e preparado.
Diferentemente do determinista, que leva a vida como turista, o designado anda como peregrino. Atento, a tudo repara, com os ouvidos e olhos aguçados, interessado ao mesmo tempo por seu mundo interior e exterior. É aí que, no momento certo, algo vai acontecer: uma conexão que transforma eventos sem relevância em um enredo significativo, claro e compreensível. Algo que invade o designado com enlevo e entusiasmo: “mas como poderia ser diferente?”.
Todos merecem transformar a vida em uma aventura fértil. Escrevi “O velho e o menino”, para inspirar e encorajar você a descobrir e viver o seu propósito. Que nada mais seja tão importante e urgente!