Ídolos embaçam nossas vistas. Ficamos tão inebriados com eles que deixamos de enxergar a realidade tal como é e isso inclui o próprio ídolo. O objetivo de cada um deles é impressionar e, assim, procura manter-se em uma certa distância ou mesmo se fecha numa redoma, por saber que “de perto ninguém é normal”, como bem diz Caetano Veloso.
Se ídolos são feitos para impressionar, ícones existem para influenciar. E os melhores líderes podem ser ícones, jamais ídolos.
O ídolo sobe a montanha e fica por lá, admirado de longe por todos os que o veneram e permanecem na base do monte. Costuma-se dizer que ele é carismático, mas essa é uma palavra controversa.
O ícone, ao contrário, até sobe, mas depois desce a montanha e se junta aos demais. Não tem receio de que suas imperfeições, deficiências e fraquezas se expressem para as outras pessoas. Não vê nenhum problema nisso. Não se incomoda em parecer vulnerável.
A qualidade essencial do bom líder, em vez da perfeição, é a credibilidade. E como os bons líderes constroem a credibilidade? Sendo quem são. Exatamente.
Há quem rejeite assumir a liderança por questionar as próprias fraquezas. Dimensionadas, elas acabam por ofuscar os desafios. A inconstância, a dúvida de si e o medo sabotam o êxito. Mas, como define o próprio título desse texto, bons líderes são pessoas fracas, ou seja, inconstantes, cheias de dúvidas e medos. E mesmo assim, seguem em frente.
Saulo de Tarso, mais tarde Paulo, o líder mais forte do cristianismo, declara sem pudor as suas fraquezas. Veja como ele admite a sua inconstância: “Quando quero fazer o bem, não o faço, quando tento não cometer erro, aí é que erro” (Rm 7,19). Demonstra claramente a sua dúvida: “pensei que jamais iria sobreviver àquela situação” (2Cor 1,8). E também assume o seu medo: “quando fui até vocês, estava fraco, amedrontado e trêmulo” (1Cor 2,3).
Líderes que se transformam em ícones e referências para outros líderes são também humildes diante das próprias fraquezas. É um traço marcante que torna ainda mais desafiador o exercício da liderança!
Excelente! O que seria de nós, enquanto executivos, sem o poder de quebrar paradigmas? Gostei muito e, epsecial a frase: “a qualidade essencial do bom lider, em vez da perfeição, é a credibilidade”. Parabéns!
Régia
Sem dúvida, o que seria de nós sem romper paradigmas.
Aguardo seus comentários sobre textos futuros.
Abraço
Texto perfeito! Profundo e instigante! Parabéns!
Elizangela
Que bom que gostou.
Aguardo seus comentários para futuros textos.
Abraço.