Quem já não sentiu angústia e solidão? E os dois sentimentos ao mesmo tempo? Tanto um como o outro se acentuam ainda mais no silêncio da noite, quando todos dormem. Você não tem ninguém com quem conversar nem zelar. E pensar que há poucas horas havia, sim, companhia para uma refeição regada a vinho!
É nesse momento noturno que algumas perguntas invadem a sua mente: o que me espera? O que eu espero da vida? O que a vida espera de mim? Estou no caminho certo? Que caminho escolho? A solidão e o silêncio da madrugada fazem com que você se defronte com uma dura realidade: cada um de nós anda seu caminho sozinho.
E se a noite foi tenebrosa, o dia seguinte ainda é capaz de lhe reservar mais aflições. Você poderá ser vítima de perseguição, de mentiras, de falsas acusações, de traições. Tudo isso dilacera tanto o corpo como a alma. Ambos sangram num verdadeiro suplício.
Tamanho sofrimento precisa ser enterrado. Junto a ele, tantos outros, como os conflitos familiares, as ilusões que aprisionam, os relacionamentos deteriorados, as amizades que se transformaram em desafetos, as culpas e as rejeições.
Tudo será sepultado, jogando terra por cima, porém nela ficará uma semente. Desintegram-se os papéis, as identidades falsas ou verdadeiras, as carências e as dependências. Tudo precisa morrer e degenerar para que a vida se regenere.
A força purificadora da água fará a semente germinar. A natureza nos faz entender que a vida sempre brota novamente. O que estava inconsciente torna-se consciente. Os sentidos despertam à luz do dia.
O que faz você renascer é o desejo de que a vida se renove em si e à sua volta. Você readquire a autenticidade, livra-se do fardo que impedia sua caminhada e cada vez mais readquire sua própria essência.
A criança está de volta e ela convida você a brincar de roda. A nova vida chama para o ar livre.
É a ressurreição, que pode se repetir semana após semana do ano, durante toda a sua existência!
Feliz Páscoa!