Árvores são árvores. Todas são feitas de raízes, troncos, caules, galhos e folhas. Todas oferecem madeiras. Mas não são semelhantes. Jacarandá e pinus, por exemplo, são espécies distintas e, da mesma forma, produzem habitats desiguais. A primeira é considerada madeira de lei. A segunda, de uso. São árvores com personalidades, identidades e almas diferentes.
Empresas também são assim. Algumas se parecem com as árvores, tão semelhantes entre si que podem ser substituídas sem dificuldades. São idênticas a tantas outras. Produzem produtos e serviços similares, com pessoas similares, para pessoas similares, através dos meios similares, convencionais e tradicionais.
Embora sejam árvores como tantas outras, não chamam a atenção nem são motivo de admiração, incapazes de gerar encanto. São úteis, mas não belas. Você já prestou atenção nas plantações de eucaliptos? Nada mais monótono e até os pássaros sabem disso. Recusam-se fazer seus ninhos nesse ambiente monocórdico, onde outras espécies da fauna também não habitam. Quando esses empreendimentos desaparecem do mercado, não deixam rastros em nossa lembrança e sequer sentimos a sua falta. Passam fugazmente, como as nuvens.
Outras, no entanto, têm personalidade e alma, são únicas. Possuem história e mística. Beleza e encantamento.
Árvores são árvores. Todas com raízes, troncos, caules, galhos e folhas. Mas suas as sementes são diferentes, da mesma forma que suas vocações, energias e potencial de vida. Assim como as empresas, diferem entre a produtividade e a criatividade, entre a padronização e a diferenciação, entre a utilização e a relação.
Faça o teste, com isenção:
– Por uma pequena diferença de preço, seus clientes migrariam para o concorrente?
– Se a sua empresa deixasse de existir, ela faria falta ao mercado?
– Está mais para madeira de lei ou para madeira de uso? Jacarandá ou pinus?
Se as respostas não forem de seu agrado, melhor seria reempreender, com nova semente.