Adam Smith é considerado o pai da Economia, desde que escreveu aquele que é considerado um dos mais importantes livros da humanidade, A Riqueza das Nações, em 1776. Tive oportunidade de ler a obra, como parte das obrigações universitárias, nos meus vinte anos de idade, depois a reli, por vontade própria, duas décadas após, quando, então, achei que a compreendi. Adam Smith continua atual e evocado, principalmente quando a economia entra em crise.
Um dos conceitos importantes que apresenta é aquele da mão invisível. Adam Smith dizia que prosperidade econômica provinha dos indivíduos que se ajudavam uns aos outros, mesmo sem essa intenção, apenas por conta de suas buscas egoístas. De certa forma, o conceito de mão invisível assemelha-se ao mais popular, que diz: “uma mão lava a outra”, mas sem a genuína inclinação de ajuda.
O liberalismo que propõe a não intervenção do estado na economia nasce dessa premissa e recebe o apoio de muitos economistas, justamente os considerados liberais. E essa discussão do estado intervir ou não na economia vai e vem, a depender da conjuntura, que inclui situação fiscal, dívida pública, inflação e recessão.
O curioso está em outra publicação de Adam Smith, o intrigante A teoria dos sentimentos morais, em que o egoísmo, cogitado em A Riqueza das Nações, dá lugar à compaixão. Verifique:
“Por mais egoísta que se creia ser o homem, existem, evidentemente, alguns princípios em sua natureza que o fazem se interessar pela bem-aventurança dos outros, e tornam a felicidade dos outros necessária para ele, embora ele não obtenha nada com isso, exceto o prazer de observá-la.”
Interessante que essa maneira de pensar tenha vindo do mesmo autor que concebe a teoria da mão invisível e também pai do liberalismo. Ele acrescenta:
“Dentre esses princípios, estão a piedade ou a compaixão, a emoção que sentimos pela desgraça alheia, seja quando a testemunhamos, seja quando somos levados a imaginá-la de uma forma muito intensa”.
Continuamos apostando nos vários mundos em que escolhemos viver, seja aquele movido pelo egoísmo, seja aquele movido pela compaixão. O primeiro, uma relação de cada um por si, o segundo, Deus por todos. Parece que também o grande pensador Adam Smith transitou por esses mundos antes de escolher aquele que constrói a Humanidade com mais humanidade.
Façamos também a nossa escolha!
Muito bacana como vc consegue trazer humanidade às relações empresariais de uma forma suave
Quando comecei a estudar o evangelho segundo o espiritismo me perguntei a mesma coisa e vi que na maioria das vezes as coisas se encaixam !
Parabéns por sua coragem e clareza. – faz bem ler o que você escreve !