De tudo, valeu o abraço amigo, a conversa sincera, o brilho nos olhos.
A palavra encorajadora.
O sorriso que abre delicadamente as portas dos inúteis jardins secretos, onde escondemos a nossa melhor parte.
A lágrima deslizando pela face tantas vezes oferecida.
As confidências compartilhadas e que afugentaram os medos.
As mãos dadas em comunhão, a gratuidade do afeto, o gesto doce e a ternura.
O sabor incomparável do companheirismo.
O compartilhamento do pão.
A vida leve e solta, livre dos apegos.
O peito aberto ao vento da liberdade sob o sol do meio-dia, momento mágico, divino, em que as sombras não existem.
As dores também valeram. E como!
As provocações, as dúvidas, os medos, as culpas.
Os sentimentos de rejeição, as mágoas e as raivas.
Como viver sem tais sentimentos?
São também parceiros da travessia, colocam em xeque os nossos valores e nos ajudam a aprender.
Anunciam que algo dentro de nós precisa ser conhecido.
E esse conhecimento nos torna mais inteiros e menos inacabados.
Porque a travessia é boa quando…
Olhamos para nós mesmos e gostamos do que vemos.
Descobrimos um pouco mais da nossa verdade, das nossas virtudes, dos nossos talentos.
Reconhecemos que somos íntegros, criadores e divinos.
Reencontramos nossas raízes e nossas asas.
E então nos orgulhamos.
E faríamos a travessia quantas vezes fosse necessário.
Porque…
A Terra Prometida não está no final da travessia, mas em nossa maneira de caminhar.
A Terra Santa não passa de um jeito santo de andar sobre a terra.
É preciso apreciar a vida, em vez de depreciá-la.
E quando apreciamos a nossa vida, apreciamos também a vida dos outros.
Porque a vida é una, a todos pertence. Partilha infinita.
E aí está o melhor da travessia.
É quando seguimos cercados de amigos.
Que têm as mesmas dúvidas, vivem as mesmas dores, sonham os mesmos sonhos.
E querem muito…
Fazer parte de uma vinha maior.
Contribuir com a Grande Obra.
Dar sentido à existência.
Reencontrar a essência.
Despertar para uma nova aliança.
Porque o que fica, no final dessa travessia de altos e baixos, é o que doamos.
A escuta, a atenção, o interesse.
A entrega.
Os nossos dons.
E, entre eles, o maior de todos, o amor.
Naturalmente expansivo.
Absoluto, sem condições.
Então, é NATAL!
BELÍSSIMO!