Uma pista para saber quem dá as cartas na economia

Ué! – foi o que me ocorreu quando soube. A interjeição “ué” representa espanto, pasmo, surpresa, admiração, por vezes até irritação. Está lá no Houaiss. Eliminando da lista a admiração, as outras definições correspondem aos meus sentimentos. Refiro-me a informações disponíveis para todos na internet, mas que não ocupam espaço nos noticiários conjunturais.

 

Compartilho, agora, com você, algumas para que tenha uma pista de quem verdadeiramente dá as cartas na economia brasileira, sob risco de seguirmos alienados da realidade.

 

Antes, considere, a título de exemplo, as maiores empresas do mundo e seus respectivos ramos de atividade:

 

1)   Walmart – varejo – Estados Unidos

2)   State Grid – energia – China

3)   CNPC – refino de petróleo – China

4)   Sinopec – refino de petróleo – China

5)   Shell – refino de petróleo – Holanda

6)   Exxon – refino de petróleo – Estados Unidos

7)   Volkswagen – automóveis e peças – Alemanha

8)   Toyota – automóveis e peças – Japão

9)   Apple – tecnologia – Estados Unidos

10)   BP – refino de petróleo – Inglaterra

 

Observe que, exceto a maior de todas, do ramo comercial, as outras são industriais e processadoras de matérias primas. Confira, em seguida, as primeiras de alguns países:

 

Samsung – tecnologia – Coreia do Sul

Glencore – energia – Suíça

Total – energia – França

 

Seguem a mesma linha. Um pouco de América Latina para não ficarmos somente em outros continentes:

 

América Movil – telefonia – México

Codelco – mineração – Chile

 

Vamos, então, ao ranking brasileiro:

 

1)   Itaú Unibanco – financeiro

2)   Bradesco – financeiro

3)   Banco do Brasil – financeiro

 

Ué! O Brasil é o único país do mundo onde as maiores empresas pertencem ao setor financeiro. Nada produzem, nada transformam. Não acrescentam um níquel sequer ao produto interno bruto. Nem mesmo a Suíça, conhecida por sediar bancos que aceitam fortunas suspeitas, se enquadra nesse perfil.

 

Essa é uma preciosa pista para compreendermos porque, até nos períodos de crises, os bancos continuam gerando lucros extraordinários, drenando recursos da atividade produtiva para uma atividade focada exclusivamente em gerar dinheiro com dinheiro.

 

Mesmo a Ambev, empresa brasileira de maior expressão mundial, tem a sua origem no capital financeiro, o antigo Grupo Garantia.

 

Ué! Enquanto políticos, partidos, empreiteiras e judiciário se enfrentam, o setor financeiro no Brasil segue incólume, acumulando sempre e cada vez mais. Sem nada oferecer ao desenvolvimento do país e a nós, brasileiros. Ao contrário, ao longo de 2016, apesar dos lucros obtidos, fechou quase 2.800 postos de trabalho.

 

Ué!

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Elberto Mello
Elberto Mello
7 anos atrás

compartilhei na minha pagina no Facebook e vou compartilhar com os 250 empresários e consultores e colegas na página OUVINTES CORPORATIVOS do meu whatsApp.
Parabéns, Roberto. Precisamos pensar e agir.

Ricardo Stiepcich
Ricardo Stiepcich
7 anos atrás

Não entendo muito deste assunto, mas quando tivemos a tal “Crise Mundial” e no Brasil apenas uma marola, como dizia nosso presidente da época, o motivo alegado pelos especialistas para estarmos fora da crise, era a solidez dos nossos bancos, das instituições financeiras.
Tem sentido?!?

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