Cuidado!

Lá está ela, implacável! Uma triste sina que envolve todas as pessoas, com maior ou menor intensidade. Quanto mais distraídas, mais profundos são seus efeitos. Se as coisas vão mal, somos levados pela apatia. Se as coisas vão bem, somos traídos pelo deslumbramento.

Basta um resvalo, e lá estamos nós, estatelados e presos na perigosa, traiçoeira e imperceptível (por isso mesmo, ainda mais danosa) mesmice.

A mesmice é aquela vivência na zona de conforto. A vida para levar e não para valer. O trabalho repetido a cada dia sempre do mesmo jeito e as coisas feitas sem muito pensar. Automaticamente, de tão iguais.

Há, até, quem ache uma maravilha essas imutáveis rotinas, com a falsa e perigosa sensação de segurança, exatamente pela completa ausência de surpresas. Parece que tudo está sob absoluto controle, quase que anda sozinho, insípido moto-contínuo. O máximo da eficiência está em ticar uma lista de itens de afazeres, no final da jornada, para repeti-los sempre do mesmo jeito no dia seguinte.

A mesmice está no sentido contrário ao do sucesso. Representa acomodação, pasmaceira, passividade, complacência. E, no trabalho e nos negócios, complacência é morte!

Assim tem sido a história de nações, empresas e profissionais decadentes. Caíram na cilada da mesmice, onde se instalaram e de lá não conseguiram mais sair. Um tipo de areia movediça, que vai tragando as pessoas e os empreendimentos lenta e inexoravelmente.

É preciso vigiar!

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